O Banco Central elevou de 1,2% para 2% sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.

A informação consta do relatório de inflação do segundo trimestre, divulgado nesta quinta-feira (29).

O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos no país, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.

O aumento na projeção ocorre após a divulgação do resultado do PIB do primeiro trimestre, que apontou expansão de 1,9% na comparação com os três últimos meses do ano passado. O resultado ficou acima das expectativas de economistas.

 

“Apesar da alta na estimativa para a variação anual, a projeção continua refletindo um cenário prospectivo de desaceleração da atividade econômica em 2023 sob influência da diminuição do ritmo de crescimento global e dos impactos cumulativos da política monetária doméstica [taxa de juros elevada]”, informou o BC no relatório de inflação.

 

Inflação

 

Para a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o Banco Central reduziu sua estimativa para 2023 de 5,8%, em março deste ano, para 5% neste mês.

“Em termos de probabilidades estimadas de a inflação ultrapassar os limites do intervalo de tolerância, destaca-se, no cenário de referência, a redução da probabilidade de a inflação ficar acima do limite superior em 2023, que passou de cerca de 83% no relatório anterior [de março] para 61% neste relatório”, acrescentou o Banco Central.

 

O mercado financeiro estimou, na semana passada, que a inflação medida pelo IPCA somará 5,06% nesse ano.

Para 2024, a projeção do BC para o IPCA recuou de 3,6%, em março, para 3,4% no documento divulgado hoje. A meta de inflação do próximo ano é de 3%, e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.

Já para o ano de 2025, a estimativa de inflação do Banco Central caiu de 3,2% para 3,1%. Para aquele ano, a meta de inflação é de 3%, podendo oscilar entre 1,5% e 4,5%.

Terceiro ano seguido de estouro

 

Se confirmado não atingimento da meta em 2023, esse será o terceiro ano seguido de estouro.

As metas de inflação baseiam as decisões do Banco Central sobre a taxa de juros. Quando a inflação está alta, o BC eleva a Selic. Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas, o Banco Central pode reduzir o juro básico da economia.

Nesta quarta-feira (28), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o Conselho Monetário Nacional (CMN) vai discutir na próxima reunião, marcada para hoje, possível mudança no modelo das metas de inflação.

O modelo adotado hoje é de ano-calendário. Ou seja, o CMN define uma meta de inflação para cada ano. Haddad tem defendido que a meta seja contínua, não limitada ao período de um ano.

Atualmente, a taxa Selic está em 13,75% ao ano, maior patamar em seis anos e meio, para conter pressões inflacionárias e tentar trazer a inflação de volta às metas pré-definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

FONTE: G1 – BRASÍLIA

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