O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), concedeu uma entrevista ao prestigiado espaço “Páginas Amarelas” da revista Veja, em que abordou temas como o relacionamento atual com o ex-presidente Lula, as diretrizes do seu partido e a relevância do setor agropecuário. A entrevista, conduzida pelos jornalistas Ricardo Ferraz e Lucas Mathias, revela uma perspectiva de diálogo e busca por parcerias.
No contexto da relação entre Caiado e Lula, o governador enfatizou que o tempo das brigas passou. Ao mencionar os embates ocorridos durante sua presidência na União Democrática Ruralista (UDR) e até mesmo nas eleições de 1989, Caiado sublinhou que essas divergências são coisa do passado. Ele observou que ambos sempre mantiveram posições antagônicas, porém respeitosas, e que o momento atual exige cooperação mais do que confronto.
Questionado sobre possíveis ressentimentos passados, Caiado negou qualquer ferida remanescente. Ele frisou que as posições antagônicas nunca extrapolaram os âmbitos políticos e ideológicos, não se tornando questões pessoais. “Naquela época, não havia marqueteiro, cada um fazia sua campanha, e o debate era mais livre. Nada que saía dali, porém, era de ordem pessoal”, pontuou o governador.
A entrevista também abordou a postura do União Brasil em relação ao governo federal, já que mesmo com três ministérios, o partido se declara independente. Caiado reconheceu as divergências internas existentes dentro do partido, ressaltando que é natural que uma legenda abrigue diferentes visões e opiniões. O governador foi diplomático ao afirmar que não cabe a ele falar pelos membros do partido, uma vez que cada um deve analisar sua própria realidade.
Na pauta do setor agropecuário, Caiado destacou sua relevância, evidenciando que esse é o único segmento com chances reais de competitividade no cenário internacional. O governador, alinhado ao agro, ressaltou que o setor contribuiu com 159 bilhões de dólares nas exportações brasileiras no ano anterior.
A entrevista também tocou em aspectos pessoais, como a dor da perda de seu filho. Caiado compartilhou sua luta para superar essa tragédia, destacando que a memória de seu filho o inspira a continuar trabalhando, mesmo diante da inevitável saudade. “Uma morte dessas tira um pouco a beleza da vida”, concluiu, ao demonstrar uma postura de diálogo e busca por entendimento, além de refletir a maturidade política e o reconhecimento da importância da colaboração em prol do país.