Com mandado de prisão em aberto determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pedido para inclusão de seu nome na lista de foragidos da Interpol (a polícia internacional), o brasileiro Oswaldo Eustáquio agora busca refúgio na Inglaterra.
Conforme fontes a par das investigações, Eustáquio estava no Paraguai, foi para a Argentina e depois voou para a Espanha na semana de 17 de setembro.
No país europeu, pediu asilo assim que chegou. O motivo da fuga do Paraguai foi operação da Interpol, no dia 14 de setembro, que prendeu três brasileiros em Assunção, conforme apurado pelo FC. Ele teve o pedido de asilo fixo negado pelo Paraguai no mesmo dia das prisões dos colegas.
No aeroporto Adolfo Suárez, em Madri, Eustáquio informou à polícia local que era jornalista e pediu asilo político. Em seguida, visitou familiares que moram na cidade.
Durante uma semana, o foragido do Brasil fez transmissões pela internet e gravou vídeos. Foi com base nisso que a Polícia Federal o localizou. Em parceria com a empresa Meta, a geolocalização dos vídeos e fuso horário indicaram duas cidades espanholas de onde foram feitas as transmissões, tanto a capital, quanto uma mais afastada.
Com essas informações, a PF enviou ao STF petição sobre o caso detalhando que precisa de Cooperação Jurídica Internacional do Brasil com a Espanha para extradição do brasileiro.
Há dez dias, porém, após a PF o localizar, Oswaldo partiu rumo a Londres. Lá, por não ser mais parte da União Europeia, ele também pediu asilo político como refugiado.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou a prisão do blogueiro bolsonarista em dezembro do ano passado. O ministro atendeu a um pedido da Polícia Federal em inquérito das milícias digitais e divulgação de fake news.
Eustáquio participou de protestos contra o resultado das eleições e defendeu intervenção das Forças Armadas, o que é inconstitucional. O blogueiro é investigado desde 2020, tendo inclusive já sido preso por envolvimento com atos antidemocráticos que pediam o fechamento do Congresso e do Supremo.
A imprensa encontrou o brasileiro nesta terça-feira (10), que negou ser foragido. “Não me sinto foragido, sou refugiado, não me escondi na Espanha. Não fiquei surpreso em a PF me achar. Tenho endereço fixo, estou legal”, declarou.
Segundo ele, uma entrevista está marcada para abril para definir se ele terá asilo fixo no país. Neste momento, ele está apenas com o pedido.
Apesar da decisão de prisão por parte do STF, o nome de Eustáquio não consta no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP), nem na lista de foragidos da Interpol.
Questionado sobre a ausência do nome de Eustáquio no BNMP, o Supremo não se manifestou.
Edição: PORTAL FALA CANEDO
Foto: Reprodução/Facebook