Deputada enfrenta cassação por desinformação e abuso de poder político; julgamento será retomado após o recesso judicial
O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) formou maioria pela cassação do mandato da deputada federal Carla Zambelli. A parlamentar é acusada de divulgar informações falsas sobre o processo eleitoral de 2022, comprometendo a lisura das eleições. Até o momento, o placar é de 4 votos a 0 contra Zambelli, mas o julgamento foi suspenso após um pedido de vistas feito pela juíza Maria Cláudia Bedotti.
O relator do caso, desembargador José Antonio Encinas Manfré, afirmou que as ações da deputada configuram abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Segundo ele, Zambelli atuou de forma consciente para difundir desinformação e fomentar hostilidade contra o sistema eleitoral e membros do Judiciário, ultrapassando os limites da liberdade de expressão.
A ação foi movida pela deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que apontou o uso de um “ecossistema de desinformação” criado por Zambelli para manipular a opinião pública. O Ministério Público também se posicionou pela cassação, alegando que a parlamentar colaborou com atos que comprometeram o Estado Democrático de Direito no período pós-eleitoral.
Recurso e consequências
Caso a cassação seja confirmada, Carla Zambelli perderá o mandato e ficará inelegível por oito anos, a partir de 2022. No entanto, a defesa da deputada promete recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Defesa alega liberdade de expressão
A advogada da parlamentar, Flávia Cardoso Campo Guth, argumenta que Zambelli exerceu seu direito à liberdade de expressão e que as acusações não apresentam provas concretas de influência no resultado das eleições. Segundo a defesa, as declarações da deputada estão protegidas pela imunidade parlamentar, especialmente no contexto de críticas políticas.
Próximos passos
O julgamento será retomado apenas em 2025, após o recesso do Judiciário. Enquanto isso, a deputada segue exercendo seu mandato, mas sob intenso escrutínio público e jurídico. O caso de Zambelli é visto como um marco na luta contra a desinformação e o abuso de poder nas eleições brasileiras.
Por: Redação
Foto: Reprodução/Lula Marques/EBC