Tensão entre Judiciário e Legislativo cresce às vésperas do Natal, enquanto a situação do Orçamento de 2025 se torna mais incerta
Texto: A decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), de suspender o pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares está aprofundando a crise entre os Poderes Judiciário e Legislativo. A medida, anunciada em 23 de dezembro, agrava ainda mais a tensão que marcou as relações entre essas instituições durante todo o ano de 2024.
Dino justificou o bloqueio citando o mau uso de recursos públicos, fazendo referência a episódios como “malas de dinheiro” sendo apreendidas e o destino questionável dos fundos. Além disso, o ministro determinou que a Polícia Federal abra um inquérito para investigar a liberação das emendas, o que pode levar a novos desdobramentos em 2025 e intensificar a pressão sobre o Congresso.
A decisão de Dino é uma resposta a um pedido do PSol, que apontou irregularidades no processo de distribuição das emendas. A medida complica ainda mais a situação do Orçamento de 2025, já que o Congresso havia adiado a votação do orçamento para fevereiro, aguardando a liberação das emendas. Caso o impasse não seja resolvido, a aprovação de propostas vitais pode ser paralisada.
O cenário se complica com o Congresso em recesso, sem a capacidade de reação imediata. Além disso, o período de troca de liderança nas duas Casas, com Arthur Lira (Câmara) e Rodrigo Pacheco (Senado) deixando seus cargos, cria um vácuo de poder. Os novos presidentes, Hugo Motta (Câmara) e Davi Alcolumbre (Senado), deverão enfrentar este desafio logo após a retomada dos trabalhos, prevista para fevereiro.
A medida tomada por Dino e a crescente tensão entre os Poderes deixam o futuro político e orçamentário do país incerto para o início de 2025. A expectativa é de que o impasse sobre as emendas continue a ser um ponto de discórdia entre o STF e o Congresso.
Por: Redação
Foto: Antonio Augusto/SCO/STF