Mesmo concorrendo ao prêmio ao lado de Esperanza Spalding, cantor brasileiro foi impedido de se sentar na área principal do evento
A exclusão de Milton Nascimento da cerimônia do Grammy 2025 gerou indignação entre fãs e artistas. O cantor e compositor brasileiro, que concorreu na categoria Melhor Álbum de Jazz com Vocal pelo disco Milton + Esperanza, feito em parceria com a norte-americana Esperanza Spalding, teve seu assento negado na área principal do evento, realizado em Los Angeles no último domingo (2).
A denúncia foi feita pela própria Esperanza Spalding, que, em protesto, compareceu à premiação segurando um cartaz com a foto de Milton e os dizeres: “Esta lenda viva deveria estar sentada aqui”.
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A exclusão de Milton é ainda mais absurda considerando que o álbum concorrente é creditado igualmente a ele e a Esperanza. Ele não foi um mero convidado no projeto, mas um dos artistas principais. Logo, se um assento foi garantido à contrabaixista, a mesma cortesia deveria ter sido estendida ao ícone da música brasileira.
Vale lembrar que Milton Nascimento já conquistou um Grammy Awards em 1998, na categoria Melhor Álbum de World Music, pelo disco Nascimento (1997). Além disso, sua influência no cenário do jazz é inegável, tendo colaborado com grandes nomes da música internacional, como Wayne Shorter, com quem gravou o álbum Native Dancer (1975).
A polêmica em torno do tratamento dado ao artista brasileiro levanta questões sobre a valorização de músicos estrangeiros em premiações norte-americanas. O álbum Milton + Esperanza acabou não levando o prêmio, que ficou com A Joyful Holiday, de Samara Joy, mas o verdadeiro desrespeito na cerimônia foi a exclusão de Milton.
Pelo descaso com um dos maiores nomes da música mundial, o Grammy Awards deve a Milton Nascimento e a seus fãs um pedido público de desculpas.
Por: Tatiane Braz
Foto: Reprodução / Instagram Esperanza Spalding