Novo técnico da Seleção Brasileira é autor de um livro sobre o assunto e destaca o papel da oratória persuasiva para convencer e atingir seus objetivos
Por: Redação
Foto Destaque: @rafaelribeirorio l CBF
Em entrevista exclusiva ao Jornal Nacional, o italiano Carlo Ancelotti, novo técnico da Seleção Brasileira, contou que é autor de três livros, entre eles, “Liderança Tranquila”. Para ele, existem duas maneiras de convencer as pessoas, que são a persuasão e a discussão. Ancelotti credita parte do sucesso de sua carreira à persuasão, pois é através dela que ele tenta convencer as pessoas, com uma conversa, de que suas ideias estão corretas.
Segundo o especialista Giovanni Begossi, que tem mais de 15 anos de estudos dedicados ao assunto e é bicampeão brasileiro de oratória, Ancelotti está certíssimo em utilizar a persuasão em seu trabalho, que nada mais é do que a capacidade de convencer por meio das palavras, é um dos recursos mais valorizados na comunicação contemporânea. Em apresentações, reuniões, discursos públicos ou negociações, o domínio da persuasão transforma a fala em ferramenta de influência e compreender e aplicar esses fundamentos é essencial para quem deseja gerar impacto com clareza, objetividade e credibilidade.
“Persuadir é mais do que convencer, é criar um caminho argumentativo que leva o interlocutor a refletir, sentir e, muitas vezes, agir”, afirma Begossi. “A base da comunicação persuasiva está na combinação de elementos racionais e emocionais, sustentados por uma postura que transmite confiança, o orador precisa demonstrar domínio do conteúdo, mas também empatia com quem escuta. É essa combinação que gera conexão”, pontua.
A estrutura de um discurso persuasivo inclui o uso de uma estratégia que inclui dados, exemplos e fatos reais, é preciso ter atenção ao ritmo, à linguagem e à entonação. O sucesso está na adaptação da mensagem ao perfil dos ouvintes. “Um bom comunicador reconhece com quem está falando e organiza seu discurso de maneira que a pessoa se sinta compreendida e envolvida”, revela Begossi, que já treinou personalidades, políticos, grandes empresários, milhares de alunos e até o GATE e o Exército Brasileiro, EsAO.
Mais sobre o poder de convencimento de Ancelotti
Na oratória, a persuasão é aplicada para fortalecer ideias, sustentar posicionamentos e motivar ações. “Em vez de impor uma visão, o orador conduz o público por uma trilha de argumentos, em que cada ponto reforça o seguinte, criando uma progressão lógica e envolvente”, explica. A repetição intencional de conceitos, o uso de perguntas e o reforço de mensagens centrais são recursos frequentes.
Begossi explica ainda como a persuasão ética é um diferencial competitivo hoje em dia. “Vivemos em um cenário de excesso de informação e pouca escuta. Saber se comunicar com objetividade, respeitando o tempo e o repertório do outro, é uma competência cada vez mais valorizada nas empresas, na mídia e nas relações sociais”, diz.
A boa notícia é que se o assunto parece difícil ou algo parecido com um dom, isso não é verdade, a persuasão pode, sim, ser desenvolvida com treinamento adequado. “Não se trata de manipular, mas de tornar a mensagem compreensível, relevante e convincente. Isso é completamente treinável, essencial em qualquer profissão e tem o poder de transformar uma fala em ação”, conclui o especialista, que também é advogado e tem o maior perfil no Instagram da América Latina sobre o assunto com mais de 2M de seguidores.