Medida enfrenta resistência no Legislativo e já passou por recuos parciais após críticas do mercado
As tratativas entre o governo federal e o Congresso Nacional sobre o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) entraram na fase decisiva. Uma reunião marcada para este domingo, 8, entre representantes do Executivo e do Legislativo, deve definir os rumos da proposta, anunciada no fim de maio pelo presidente Lula por meio do Decreto nº 12.466.
A intenção do governo é reforçar a arrecadação em R$ 18 bilhões ainda em 2025, como parte da estratégia para atingir a meta de déficit zero estabelecida pelo novo arcabouço fiscal. No entanto, a medida foi duramente criticada por parlamentares e pelo mercado financeiro, o que levou o Ministério da Fazenda a rever parte das alterações menos de 24 horas após o anúncio inicial.
O debate ganhou força neste sábado, 7, durante o Fórum Esfera, realizado em Guarujá (SP), com a presença de autoridades, empresários e especialistas. Durante o evento, destacou-se a necessidade de medidas estruturais de equilíbrio fiscal, mas também o cuidado com o impacto político e econômico das decisões.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, classificou o aumento como “infeliz” e afirmou que pretende pautar na terça-feira, 11, um projeto para barrar a medida. Enquanto isso, o presidente em exercício, Geraldo Alckmin, afirmou que o acordo está “bem encaminhado” e defendeu o diálogo como a principal ferramenta de resolução, reforçando o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal.
A expectativa é que, com as negociações avançadas e após a reunião deste domingo, o governo consiga apresentar uma solução intermediária que permita arrecadar com eficiência sem ampliar a rejeição política ou desestabilizar o mercado.
Por: Genivaldo Coimbra
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil