Procurador geral decidirá futuro da investigação sobre Joias Sauditas

Joias Sauditas: Procurador geral decidirá futuro da investigação; entenda os próximos passos

Por: Redação
Foto: Destaque/O Globo

O procurador geral da República, Paulo Gonet, está prestes a determinar o destino do inquérito que investiga a suposta venda irregular de joias recebidas durante o governo de Jair Bolsonaro. O relatório da Polícia Federal, que culminou no indiciamento de 12 pessoas, incluindo o ex-presidente, agora está com o MPF, que deve decidir até 21 de agosto se apresentará denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF).

O indiciamento, oficializado em 4 de julho, detalha um esquema de desvio de bens públicos, estimados em cerca de R$ 6,8 milhões. Bolsonaro e seus aliados enfrentam acusações de peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro. A investigação revelou que, durante viagens oficiais, o ex-presidente teria levado joias para o exterior e os lucros obtidos com a venda dos itens foram ocultados em dinheiro vivo.

A investigação começou em 2021, quando um ex-assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, tentou entrar no Brasil com um conjunto de joias da Arábia Saudita sem declarar à Receita Federal. O kit, avaliado em R$ 5 milhões, deveria ter sido incorporado ao patrimônio da União.

Bolsonaro optou por permanecer em silêncio durante o depoimento à PF, embora tenha reiterado que não cometeu ilegalidades. A expectativa é que o MPF formalize uma denúncia contra o ex-presidente, mas também há a possibilidade de que Gonet prorrogue a análise do relatório.

Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama e suposta destinatária das joias, não foi indiciada. Não foram encontradas evidências suficientes de sua participação no esquema. Ela chegou a brincar com a situação, sugerindo criar uma marca de joias chamada “Mijoias”.

Além deste caso, Bolsonaro enfrenta outros inquéritos, incluindo o da Abin paralela e a investigação sobre “rachadinha”. A interconexão entre esses casos pode impactar o andamento das investigações.

O professor Fabio Sá e Silva, da Universidade de Oklahoma, aponta que há fortes indícios de apropriação indevida das joias e participação de Bolsonaro nas manobras para a venda dos itens. A combinação dos vários processos contra o ex-presidente sugere um padrão de abuso de poder e má gestão durante seu governo.

 

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