Presidente do PL quer organizar rifa do minério, avaliado em R$ 11,6 mil, e doar o valor arrecadado
O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, está tentando recuperar uma pepita de ouro de 39 gramas apreendida pela Polícia Federal em fevereiro de 2024, durante a operação Tempus Veritatis, que apura a tentativa de golpe de Estado. Segundo informações do jornal O Globo, Valdemar teria dito a aliados que pretende rifar o item e doar a quantia arrecadada.
A pepita foi apreendida em um quarto de hotel onde Valdemar reside em Brasília. O laudo da Polícia Federal indica que o minério possui 91,76% de teor de ouro e está avaliado em cerca de R$ 11.687,71. Além do ouro, a operação também recolheu celulares, relógios, anotações e o passaporte do dirigente partidário.
A defesa de Valdemar, feita pelo advogado Marcelo Bessa, afirma que o item ainda não foi devolvido porque a investigação sobre sua origem foi desmembrada do inquérito principal e enviada à primeira instância por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O processo tramita em sigilo.
De acordo com a perícia inicial, a pepita teria características incompatíveis com o solo da Amazônia, o que indica possível origem estrangeira. Valdemar alegou em depoimento que recebeu o ouro de presente de um amigo, há anos.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) optou por não denunciá-lo no âmbito da operação, mesmo após seu indiciamento inicial, por entender que não havia provas suficientes de envolvimento direto na trama golpista. Ainda assim, a devolução do ouro depende da conclusão do processo que apura se o minério foi extraído de forma ilegal.
Procurada, a defesa de Valdemar Costa Neto não foi localizada até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.
Por: Genivaldo Coimbra
Foto: Beto Barata/PL