O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) relacionou a existência de ditaduras em países da África à falta de “capacidade cognitiva” da população, e disse que o “Brasil está emburrecido” e “segue o mesmo caminho das nações africanas”. A declaração em um podcast, feita na semana passada, motivou um pedido de cassação do parlamentar por racismo no Conselho de Ética da Câmara. Gayer já é alvo de outras duas representações no colegiado da Casa.
Na conversa, um dos youtubers afirmou que o QI da população africana seria menor que o de macacos. “Sabia que tem macaco com QI de 90? O QI na África é de 72.″ Em seguida, o deputado complementou, dizendo que a suposta falta de capacidade cognitiva influenciaria o surgimento de regimes totalitários.
“Quase tudo lá é ditadura. Democracia não prospera na África. Por quê? Para você ter uma democracia, você tem que ter o mínimo de capacidade cognitiva de entender o bom e o ruim e o certo e o errado. Então, tentaram fazer democracia na África várias vezes. Mas o que acontece? Um ditador toma conta de tudo e o povo ‘êêê’. O Brasil está desse jeito, o Lula chegou na Presidência e o povo ‘êê, picanha e cerveja”, afirmou Gayer no podcast na última sexta-feira, 23.
Nesta quarta-feira, 28, as deputadas federais Duda Salabert (PDT-MG) e Tabata Amaral (PSB-SP) afirmaram que vão apresentar pedido de cassação do mandato do parlamentar do PL no Conselho de Ética.
Nas redes sociais, Salabert acusou o deputado do PL de racismo. “A Câmara não pode ser espaço para racista! Deveria ser preso além de perder o mandato”, disse. Tabata afirmou que Gayer havia propagado um preconceito racial “escancarado” e cobrou providências do Legislativo: “Chega do Congresso ser tolerante com falas criminosas e preconceituosas”.
FONTE: ESTADÃO
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